De Florianópolis a Santa Rosa de Lima
Conseguimos partir, que alivio, depois de inúmeros contratempos estamos finalmente na estrada por tempo indeterminado. Agora, cada dia a mais de viagem, é um dia a mais. Não como antes, quando viajávamos com tempo certo para voltar, cada a dia a mais na estrada, era um dia a menos de estrada.
Começamos a viagem bem devagar. Estes primeiros dias não passávamos de 15km. Com as bicicletas muito carregas, demoramos a acostumar, e logo no início enfrentamos estradas sinuosas e sempre para o alto. Também estamos evitando estradas de asfalto, quando é possível, optamos pelas estradas de terra que passam pelo interior. Além de ser mais fácil encontrar local para acampar, sempre ganhamos frutas e verduras. Também tem a questão do menor movimento, o que deixa a pedalada mais agradável.
Primeira noite nem foi preciso armar barraca, bivacamos na varanda de uma casa em construção. Amanhece o segundo dia chovendo, pra testar a força de vontade. Andamos em círculo a manhã toda por conta de informações desencontradas. Pedalamos na chuva a toa, mas ao menos testamos se tudo iria ficar seco dentro dos alforges. Estiou e pegamos um estrada linda e plana até o abrigo da próxima noite. Aí as árvores de laranja e bergamota estavam só começando.
Os primeros dias tardamos a sair pela manhã, ainda estamos (com preguiça de levantar no frio) adaptando e acomodando as bagagens, de maneira que fique melhor organizado e mais fácil pra localizar. Em Rancho Queimado despachamos mais de 4kg de bagagens que se comprovaram pouco úteis. Ficar um pouco mais leve não faz mal a ninguém. Lá em Rancho, enquanto o André colocava o pacote nos Correios, e eu guardava as compras de mantimentos, conhecemos o Etienne, há dois meses na estrada de bicicleta, este francês estava vindo de Buenos Aires, e passava uns dias de descanso por ali. Primeiro cicloviajante que encontramos.
Em Anitápolis, passamos a noite numa casa em construção ainda sem vidros, mas o fogão a lenha estava pronto, e o proprietário ainda deixou uma montanha de madeira para usarmos. Antes de Santa Rosa de Lima paramos aos pés de uma gigantesca figueira, ganhamos um banho quente grátis na casa da Dona Zenaide, que ainda nos liberou laranjas e bergamotas do quintal à vontade. Quanta generosidade e hospitalidade! Pela manhã um espetáculo por conta da diversidade de aves que vinham se abastecer no quintal da Zenaide.
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No próximo post mais sobre a viagem: de Santa Rosa de Lima a Urubici por estradas que não estão no mapa.
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Até o próximo post!