De Santa Rosa de Lima a Urubici
Chegamos em Santa Rosa pela manhã, tratamos de nos abastecer de mantimentos e informações. Fomos ao escritório da Acolhida na Colônia, em busca de dicas sobre estradas que cortassem caminho, para que não fosse preciso passar por Rio Fortuna e Grão Pará. Conseguimos as dicas por lá, mas acabamos errando parte do caminho indicado. A estrada ainda não tem mapeamento pelo Acolhida e nem aparece no google maps, mas estava sinalizada em algumas partes. Como no momento da encruzilhada não encontramos ninguém para perguntar, seguimos em frente. De qualquer maneira o caminho que pegamos sai no mesmo local, em Aiurê. Mas pelo que nos informaram acabamos pegando o caminho mais difícil. Enfim, subimos e descemos, mas o caminho era lindo! Não passou nenhum veículo por nós no trecho que pegamos errado, a não ser uma tobata.
Acampamos em Rio Chapéu, ao lado da Igreja e centro comunitário. Para nos certificar de que não haveria bolas voando em nossa direção pela segunda noite consecutiva, fomos perguntar a dona Erica. Limpeza, nada de jogos. Nada de jogo uma ova! Haha, menos mal que era dentro do ginásio, mas como a galera vinha de moto, a bagunça foi garantida até as dez e meia da noite. Como nosso dia é muito cansativo, essa hora já é madrugada pra gente, e já estaríamos no quinto sono caso estivesse silencioso. Que nada, duas noites conscutivas de futebol é só pra testar a paciência.
Lá fomos nós em direção a Aiurê. Enquanto esperamos o mercado abrir, conhecemos o seu Fernando, uma figura centenária, acabava de completar 100 anos e está muito lúcido. Contou-nos histórias sobre sua juventude e sobre a região. Nos revelou o segredo de sua saúde: comer pouco, quase nada de carne. Aeeeee seu Fernando, bate aqui! Tamo junto, hehehe.
De Aiurê enfrentamos o começo das subidas mais brutais até agora. Acampamos aos pés da Serra do Corvo branco, em um gramado digno dos teletubies. Como não era plano, garantido que não haveria futebol por ali esta noite. Certeza! Bingo, acertamos. Noite calma e silenciosa. Ao amanhecer, assistimos o espetáculo do nascer do sol, e começamos a subir. A Serra do Corvo Branco é magnífica, e subindo assim devagar é o ideal, pois só assim há tempo para contemplar. Em cada curva um descanso, em cada descanso alguém estacionava para conversar conosco. Assim, passou rápido e logo estávamos lá em cima. Logo sim, demoramos 4h para subir com esse peso todo. Mas chegamos!
Descer a serra e tratar de seguir até Urubici, mas no meio do caminho uma placa para conhecer a furna do Rio do Bispo. Infelizmente a entrada é fechada somente para grupos com guia, sob o aluguel de cavalos, para percorrer 1km até lá. Desistimos de conhecer a furna, mas conhecemos o seu Antonio, senhor de uns 80 anos, morador das margens do rio do Bispo, que nos cedeu um pedaço de gramado para acamparmos. E sabe o que mais, o seu Antonio foi aluno do seu Fernando, lá em Aiurê, na época em que a vila nem tinha ainda este nome.
Dia seguinte seguimos para o centro de Urubici, pela nova estrada asfaltada. Quando estivemos aqui em 2009 ainda era estrada de chão. Agora parece até outra cidade. Paramos novamente na propriedade de outro Antonio, um velho conhecido, pois já acampamos aqui outras duas vezes. Ele e sua família nos acolheram novamente em sua fazenda, e no domingo até nos convidaram para o almoço. Pela tarde, o filho mais novo do seu Antonio nos levou conhecer as cavernas que ficam em sua propriedade. Um pouco de medo, mas acabamos entrando. Muito louco o que vimos lá dentro, além de aranhas bem esquisitas, uns cogumelos que jamais vimos antes.
Vamos ficar uns dias em Urubici, para conhecer alguns pontos turísticos que não conseguimos conhecer das outras vezes que estivemos na cidade. Depois seguimos rumo a Urupema, para tentar pegar algum frio, pois por enquanto só estamos é passando calor por aqui.