Nova Itaberaba a Itapiranga
Partimos de Nova Itaberaba na ensolarada e quente manhã de sábado depois de matar a saudade da Vó. Meu padrinho nos acompanhou de bicicleta pelos primeiros quilômetros do dia, até encontrarmos o asfalto, por um caminho que eu não conhecia.
De CTG em CTG, de parque de exposições em parque de exposições fomos passando nossas noites acampados. Neste pequeno trecho de estrada começaram a surgir campings em todas as cidades. Será a proximidade com a Argentina? Ouvimos falar de muitos campings nas terras hermanas, muitos até gratuitos.
O único inconveniente ficou por conta da estrada. Novamente na 282, muitos caminhões e intenso fluxo, pouca natureza para observar, a paisagem ficou monótona, culpa da monocultura e da agroindústria, que fez do extremo oeste de Santa Catarina um celeiro. A pouca natureza selvagem que víamos pelo caminho já estava morta, muitos animais atropelados na beira da estrada. Até os passarinhos mais espertos sumiam de vista, só era possível ouvir seu canto bem de longe. Ao menos o acostamento era bom e a quilometragem rendia.
O inverno por aqui não tem dado as caras, está fazendo muito calor durante o dia e a noite. O que deixa o pedal mais cansativo, mas o acampamento um pouco mais fácil e levantar ainda de madrugada é até prazeroso. Estamos conseguindo pedalar mais horas, agora que o sol se espicha no horizonte mais cedo e sai de cena um pouco mais tarde.
Chegamos à ultima cidade que percorreremos em solo catarinense, Itapiranga. No dia seguinte à nossa chegada estávamos preparados para pegar a balsa, só faltava comprar umas bananas para o caminho adiante. Paramos numa fruteira bem próxima ao embarque para compras rápidas. Nisso alguns curiosos surgem pra perguntar “deondevempraondevaiquantosdiasquantosquilômetrosequandochove?”. Até que nesse meio tempo de comprar bananas e responder aos curiosos surge um repórter da cidade. Sem ainda saber como reagir nestas situações acabamos conversando com o rapaz e concedendo a entrevista, mas estávamos um pouco desconfortáveis respondendo as mesmas perguntas de todo santo sempre.
Ao final, quando estávamos de saída, outro rapaz se aproxima e pergunta se temos um minutinho. Já estávamos com a paciência um pouco no limite, mas paramos um minuto para saber o que ele queria. Nossa surpresa quando ele falou a palavra mágica “cicloturista”. Oras, como assim, outro viajante por estas paragens? Pois é, paramos não só um minutinho, mas dois dias. O Leandro fez questão que ficássemos um dia em sua casa, e nos sentimos tão em casa que ficamos mais um, e se não fosse ainda início de viagem e retomando o pedal depois de um longo descanso na casa da Vó, ficaríamos mais alguns. Chegamos na casa dele após íngremes subidas, um oásis cicloturístico, paredes recheadas de fotos de suas viagens, quanta inspiração pra nós que só estamos começando! Estas fotos vocês não precisam ir até a casa do Leandro pra ver, basta entrar no site dele e conhecer um pouquinho das andanças dele e de sua namorada, pela América do Sul no www.bikeamerica.com.br.
Na casa do Leandro aproveitamos a hospitalidade que só outro viajante da bicicleta sabe oferecer, fizemos pães, polenta e outros rangos para os próximos dias de pedal. Além de tudo isso, um luxo a mais, assistimos aos 5 primeiros episódios do documentário Going South, que está passando no canal pago OFF. Este documentário nós já havíamos assistido cerca de um ano atrás, pela internet no site da Avro, em qualidade péssima e foi um parto para encontrar onde assistir. Que maravilha ver todas aquelas imagens em HD, heim! Recomendo que procurem por este documentário, é muito bem feito, o melhor que assistimos sobre viagem de bicicleta até agora.
Já estamos preparando o próximo post. Caso queira ver mais fotos desta parte da viagem, acesse nossa Galeria de Fotos e role a página até o final, a ordem das fotos é cronológica crescente, então as mais recentes estão lá em baixo. E caso ainda não assinou nossa Newsletter, saiba que está perdendo de receber direto em seu e-mail atualizações aqui do blog e novidades da viagem exclusivas. Abraços pessoal, e até a próxima!