Ruta 7 Lagos Chile de bike
Veja como foi nossa travessia da Ruta 7 lagos Chile de bike no relato abaixo:
De Buta Ranquil seguimos ao sul pela única alternativa de estrada que tínhamos. Em Las Lajas nos informamos sobre as condições da estrada que nos levaria a Aluminé, o próximo povoado onde poderíamos comprar comida.
Em Las Lajas ficamos no camping municipal, há alguns dias que não tomávamos banho e de vez em quando é bom, os mercados na cidade eram ótimos e nos entupimos de leite de soja com achocolatado.
Ali nos falaram que há dois dias haviam ficado dois brasileiros também viajando de bicicleta. Ficamos intrigados, quem serão? Mas nos disseram que eles pegaram o asfalto pra Zapala, e nós iríamos na direção oposta, pegando estradas de terra até a Ruta 7 Lagos Chile de bike.
Na manhã seguinte nos abastecemos bem de comida e saímos sem pressa de Las Lajas, pois a idéia era parar descansar na beira do rio assim que encontrássemos um lugar.
Não muito distante encontramos um bom lugar, paramos aliviar as pernas por um dia pois dali pra frente nos assustaram com o tanto de subida.
No dia seguinte enfrentamos elas, mas não eram tão assustadoras assim, e até Pino Hachado tivemos um ótimo asfalto com subidas constantes, mas leves.
O bixo começou a pegar quando começamos a descer. Logo depois de avistarmos as primeiras araucárias uma chuvinha começou a cair. Ao passar o primeiro cordão de montanhas um vento frio começou a soprar.
Até que a chuva virou gelo e todo o abrigo que tínhamos já não era mais necessário para nos aquecer.
Mesmo sendo cedo e tendo muito dia pela frente decidimos parar acampar assim que encontrássemos um lugarzinho pra barraca, trocar de roupa e se enfiar no saco de dormir, pois a estrada que deveríamos entrar estava uma lama, e não estávamos nem um pouco a fim de enfrentá-la hoje.
Colocamos a barraca na beira da estrada mesmo. Continuou chovendo gelo o resto da tarde e noite.
No outro dia choveu o dia todo e continuava muito frio, resolvemos tirar mais um dia de descanso, ainda teríamos muita comida de sobra, então a preguiça tomou conta e ficamos o dia todo morgando na barraca.
A chuva não passava! Decidimos que no dia seguinte sim continuaríamos o caminho, mesmo se estivesse chovendo. Amanheceu um céu não muito amistoso, mesmo assim guardamos tudo e partimos.
O trecho do início era subida e subida, e quanto mais subíamos mais gelado ficava. Chuviscos intermitentes deram lugar à neve. Ficamos tão felizes!
Nossa primeira neve de verdade, floquinhos brancos caindo lentamente do céu, tão lindo e tão mágico! O cenário colaborava para nos emocionar ainda mais. Grandes montanhas cobertas de neve e patos selvagens dando umas bandas pelo caminho.
Mas aí começou a descer e o sol começou a aparecer para nos aquecer durante a fria descida. Muitos bosques de araucárias e bambus deram lugares a uma vegetação diferente de ciprestes pendurados nas pedras e ribanceiras.
Chegando ao lago Aluminé os bosques nativos deram lugar à plantações de pinus. Uma tristeza, um lago tão maravilhoso tendo a vista estragada pelos pinus! Ainda bem que havia uma araucária para nos fazer sombra enquanto cozinhávamos e almoçávamos na beira do lago.
Seguindo o rio Aluminé conseguimos permissão para acampar na beira do rio, um terreno sem cercas, mas com dono. Tivemos que espantar as ovelhinhas dali. Ao menos pudemos tomar um banho de lencinho e lavar a cabeça nas águas congelantes e azuis do rio Aluminé.
Chegamos no outro dia pela manhã ao povoado de Aluminé onde pudemos comprar comida. Encontramos inclusive tâmaras frescas e outras raridades na lojinha de granel.
Na praça havia tomada e wi-fi, aproveitamos o resto da tarde para nos comunicar com a família e atualizar a vida virtual. No final da tarde partimos e acampamos no primeiro lugarzinho ao lado do rio novamente.
- Polenta na beira do Lago aluminé
.