De La Rioja a salina divide o território com San Juan. Neste dia esperávamos encontrar algo em Marayes, mas ainda ficava distante 4km da rodovia, pegamos água num boteco do cruzamento e seguimos em direção à Bermejo.
O cansaço não nos deixou chegar em Bermejo, por isso paramos ainda antes de descer à planície e nos escondemos atrás de uns morrinhos na beira da estrada mais uma vez. Tivemos outra noite muito silenciosa. Acordamos dispostos bem cedinho e Ops! Pneu furado nos primeiros km’s. Vou ter que ser repetitiva mas Ô merda! Nessa hora que ficamos trocando pneu (porque a outra câmara o remendo tava vazando, demoramos nisso), o vento começou a soprar contra e só foi aumentando.
Pensávamos que chegaríamos a Vallecito (no mapa, porque na realidade o local agora se chama Difunta Correa). Mas tivemos que desistir de lutar contra a ventania logo depois de passar por Bermejo (no mapa, porque na realidade o local é conhecido como Santo Expedito). O vento era tão forte que arrastava areia por todo o lado e a visibilidade na pista era mínima, e pra piorar, o movimento na estrada que até então era pífio, foi ficando cada vez mais intenso à medida que nos aproximávamos da capital San Juan. Até empurrar a bike no acostamento não pavimentado era difícil e pesado. Paramos então acampar numa escavação de pedras na beira da estrada, mas se chovêsse estariamos lascados, porque era literalmente um buraco. Ao menos estávamos protegidos do vento.
Paramos cedo e no dia seguinte, pra evitar o vento e o movimento, estávamos na estrada ainda à noite. Chegamos a Vallecito, digo, Difunta Correa e tentamos comprar comida, mas só encontramos Patay e Mel. O local é totalmente voltado ao comércio religioso e vimos pouquíssimas casas que moram gente, o resto são banquinhas de lanchonetes e souvenirs.
Mas, uma surpresa estava à nossa espera, uma surpresa muito, muito boa. A Difunta ganhou mais dois adeptos! Você consegue imaginar uma ciclovia com mais de 30 km, em que há sinalização própria para bicicletas, quiosques para descanso a cada pouco, separação da pista realmente segura, e até mini-guard-rails?! Não, você não consegue imaginar isso, a não ser se você já esteve na Holanda ou Alemanha talvez. Mas se você mora em Florianópolis, você não vai consegiur imaginar nada tão bicicelestial, tão ciclo-santo, tão maravilhosamente perfeito para viajar de bicicleta. E ficamos nos perguntando “Why, why, whyyyyyyy?! Um troço desse no meio da Argentina? Só pode ser milagre da difunta!” Afinal, não era uma ciclovia qualquer, era uma MINI-CICLO-ESTRADA!
Não fosse o André ter perdido o bonézinho no começo da ciclovia (era muita emoção!). Teríamos chegado cedinho em Caucete. Mas aí eu parei cozinhar um almoço enquanto ele voltou 15km procurar o tal boné (subida acima). Não que ele tenha esquecido o boné por simples displicência, é porque ele realmente adorou a ciclovia, tanto que teve vontade de pedalar nela 3 vezes!
Chegamos em Caucete na hora da ciesta e realmente precisávamos nos abastecer de provisões, porque a cidade já era maiorzinha. Esperamos as 17h e fomos às compras, yay! Na cidade não havia camping, ou melhor, havia um municipal mas estava fechado e a polícia não recomendou que ficássemos aí porque o local era perigoso. Assim seguimos para Villa Santa Rosa em meio aos vinhedos e estradas arborizadas, mas, não encontramos nenhum local pra acampar, pois a região é muito habitada. Chegou a noite e não havia nenhuma opção melhor que botar a barraca num terreno que estava com a terra revolvida e cheia de um pó branco. Imaginamos que preparavam a terra pra plantar algo, um monte de terra nos escondia da pista e aparentemente não haviam casas habitadas ao redor.
Acordamos cedo e pela manhã, sim, “Oh shit”, você já sabe que aqui tem muitos espinhos. Deixamos a pressa de lado e fomos no modo preguiça hoje. Passamos por vilazinhas e chegamos à sede do departamento de Sarmiento, Villa Media Agua. Aí conseguimos pouso grátis num camping privado que em verdade é um local em construção em que se alugam canchas de futebol e vôlei. Nosso dinheiro chegava ao fim e devido à tentativas em caixas eletrônicos não apropriados para senhas de 6 dígitos, tivemos o cartão bloqueado. Precisamos mais um dia nesta cidade pra resolver o problema dos cartões. Mais adiante faremos um post sobre os problemas que tivemos em sacar dinheiro na Argentina.
Tínhamos em mente apenas desviar da capital e seguir ao sul pela ruta 40. Mas uma conversa com o dono do camping nos convenceu a subir a pré-cordilheira por uma estrada que não aparecia em nosso mapa e que nos levaria a Uspallata, e assim desviaríamos a capital Mendoza também. Mas o trecho seria puxado e precisaríamos levar muita água, principalmente depois da localidade de Santa Clara. E é claro, muita comida também.
Mais fotos da viagem, confiram na nossa Galeria de Fotos aqui do blog, ou comentem nas fotos lá do àlbum do Facebook.
emocionante!! maravilhoso!
fiquei um mês sem acessar internet, viajando pelo Paraná, pedalzinho leve comparado com o de vocês, hehe.
Força prá vcs, tudo de bom!
hila
Eita Hila Hila, sempre no pedal né? Valeu pelo comentário. Beijos