Aí estão alguns números de nossas pernoites durante os 503 dias de viagem até então. Fizemos esta planilha para ter uma ideia de quantas noites a barraca está aguentando, dos custos com campings, e partir da Bolívia e Perú, também de hospedagens pagas*. E estamos divulgando estes dados aqui como forma de incentivar quem está na fase de planejamento/sonho de uma viagem de bicicleta, e pensa que vai precisar de muita grana.  Além do gasto médio por pernoite que ficou em R$8,84 para nós dois, tivemos apenas gastos com alimentação e alguns transportes de ônibus/barcos/balsas em alguns trechos da viagem. Abaixo da imagem algumas explicações sobre a tabela.

Estatísticas de Viagem até dia 503

Camping Livre: campings municipais ou dentro de parques onde é permitido acampar, porém não há custo, é permitido acampar gratuitamente.
Camping selvagem: quando acampamos no meio da natureza sem precisar pedir permissão a ninguém, ou mesmo ao lado da estrada, escondidos da vista ou não.
Camping doméstico: quando pedimos permissão para alguém para acampar em seu quintal/fazenda/terras/varanda.
Bivaque Selvagem: quando encontramos algum abrigo na estrada e não é preciso montar a barraca e nem pedir permissão a ninguém.
Bivaque Doméstico: quando pernoitamos em abrigos com a permissão de alguém e sem montar a barraca.
Hospedagem Solidária: noites em que fomos recebidos dentro da casa de alguém com todos os confortos como cama, banheiro, cozinha, etc.
Hotel/hospedagem/hostel: Acomodações com custos e todos os confortos.*
Noites em trânsito: noites que passamos em ônibus ou barcos.
Camping Privados: campings em que pagamos para pernoitar.
Preços camp.Privado: preço por noite por pessoa para depois calcularmos a média de preços entre os campings que ficamos.
Média de preços camping ou hospedagem: ficou uma média bem baixa, como ~R$9 por pessoa por noite dormida em camping privado, e ~R$11 por pessoa por noite dormida em hospedagens/hostels/alojamentos.
Total gasto com pernoite paga: agora sim o nosso gasto com noites pagos por duas pessoas.
Total gasto por pernoite: aqui incluímos o preço que investimos em nossa barraca e contabilizamos todas as pernoites mais os custos de pernoites pagas e fizemos o cálculo médio por noite. Com base neste número concluímos que valeu muito a pena o investimento em uma boa e espaçosa barraca, assim nosso custo por noite de R$9,14 para os dois (~R$ 4,50 para cada um de nós) nas primeiras 300 noites, caiu para R$8,84 (R$4,42 por pessoa) ficou muito abaixo do que imaginávamos, e vem diminuindo mesmo depois de ter pago por 66 noites em hospedagens na Bolívia e Perú. E como a barraca ainda está em prefeito estado, este número ainda vai continuar diminuindo! Ainda mais agora que de volta ao Brasil, a taxa de hospedagem solidária e camping na estrada tende a aumentar.

Esperamos um dia ter pique para fazer uma tabela com o custo total da viagem por dia, contabilizando alimentação e outros gastos mensais. Entretanto sabemos que além do gasto desta tabela, e alimentação, os outros gastos se resumem a algumas entradas de parques nacionais e alguns barcos/balsas/ônibus em trechos curtos.

Com esta tabelas tivemos a certeza de que é possível realizar uma viagem de bicicleta com baixo custo, ou ainda em baixíssimo custo se você se esforçar mais que nós. Com isso verificamos que gastamos menos no dia-a-dia pedalando, do que quando vivíamos em uma cidade.

* Aqui explicamos o porque começamos a fazer uso de hospedagens pagas na Bolívia e Peru. Quando passamos pelo Brasil, Argentina e Chile os preços de hospedagens eram proibitivos para nós. A partir do momento que entramos na Bolívia passamos a usar mais as hospedagens (alojamientos/hostales), que geralmente podem ser encontradas a baixíssimos custos. Chegamos a pagar menos de R$5,00 por uma noite, uma noite que seria fria, com pelo menos 15 graus negativos. No Perú as hospedagens são igualmente econômicas e chegamos a encontrar um Hostel na cidade turística de Huaraz por menos de R$16 por pessoa, e os serviços do hostel incluíam wifi, lençóis brancos e limpos, toalha de banho branca, quarto de casal com televisão à cabo e banheiro privativo com água quente à gás, cozinha compartilhada excelente, sala de televisão com diversos DVD’s atuais à disposição, terraço e local para armazenar as bicicletas e bagagens (no caso saímos para fazer trilhas) sem custo adicional, e um pessoal muito bacana e atencioso no atendimento. Ou seja, você encontra locais com preços acessíveis e excelente serviço. Comparando com as estatísticas do período Argentina/Chile, os preços que gastamos com hospedagens no período Perú/Bolívia ficam muito próximos da média que gastamos com campings pagos na Argentina e Chile (veja na imagem acima), com apenas R$2 de diferença na média.

Esperamos com este post estimular o vocês que nos acompanham a planejar sua viagem de bicicleta, ilustrando com nossa experiência a possibilidade de realizar uma viagem de bicicleta, provando que não é preciso ter muito dinheiro para desfrutar de uma experiência como esta. Quando você conseguir realizar seu sonho, como nós estamos realizando o nosso, esperamos que venha aqui nos contar!
Abraços pedalantes!

5 comentários

  1. Olá

    Excelente trabalho!!! Gostei muito e com certeza será útil para uma penca de pessoas!

    Realmente os preços na Bolívia ainda são bem baixos. Quando estive lá montei acampamento algumas vezes, mas confesso que “dormi” algumas noites desconfiado. Mesmo achando que tinha escolhido um lugar isolado para acampar escutei vozes de madrugada próximo da barraca. Acho que eram 2 caras, de passagem, estavam falando de brigas…

    Vocês passaram por “apertos” desse tipo?

    Parabéns e boa sorte!!!

    • Olá Eduardo.
      Eu vi seu comentário por e-mail estes dias e pensei, puxa, tivemos tão pouco desses problemas acampando.
      Mas aí até a data em que lhe respondo, vem a Lady Murphi avacalhar com a gente… hahah. Justamente anteontem tivemos um probleminha em despistar um bêbado e seu ex sogro, também mais pra lá de Bagdá que o outro, que não nos deixavam em paz. Resolvemos esperar os mosquitos incomodarem bastante eles antes de decidir onde montar a barraca, e também pra não saberem que iríamos dormir por ali. Outra vez foi na Argentina, acampamos em local proibido, aí culpa nossa, era um camping desativado por uma barragem (irresistível), e no meio da noite uma caminhonete com holofotes bem fortes direto na barraca, pensamos “F#deu!” gaiola pra gente essa noite. Mas que nada, eram só caçadores atrás de lebres… No Peru é que tivemos as noites com mais receio, mas nada aconteceu efetivamente, a não ser num final de tarde, íamos pedir pra acampar no campinho de futebol do povoado, e alguns metros antes de chegar lá, um pessoal dentro de um carro estacionado falou “devíamos roubar estes gringos”, pensando que nós não entenderíamos, porque somo “gringos” e portanto falamos inglês. Estávamos em 5 ciclistas, e mesmo assim nos sentimos inseguros em acampar a céu aberto. Mas por providência do universo, e um pouco de pedal a mais do que o corpo queria no final do dia, fomos parar dentro de uma casa da polícia no povoado seguinte dormindo com toda segurança e conforto!
      Na estrada, estamos sujeitos a vários tipos de apertos… na vida também, e assim vamos seguindo, com fé que tudo dará certo!

      Abraços e boa sorte pra você também!

  2. E com relação aos gastos diários totais da viagem, têm alguma estatística?
    Se já tiverem algum post a respeito, desculpe a pergunta.

    • Olá Lucas,
      bom dia!

      Me desculpe a demora em responder.

      Então, tem sido uma pergunta bastante frequente, então vamos sim fazer posts sobre o assunto. Serão 3 posts, um sobre os gastos gerais, outro sobre como economizar em uma viagem, e outro de como ganhar dinheiro durante a viagem =)

      Respondendo sobre os gastos gerais:

      Como acampamos bastante e cozinhamos 99% e não utilizamos muitos onibus/avião, foi possível manter os gastos em torno de R$1.000 por mês para os 2 (500 para cada).

      Onde haviam muitas atrações turísticas acabávamos gastando até quase uns R$ 2mil por mês, mas em diversos meses mais econômicos (principalmente no brasil) pudemos gastar cerca de R$600 apenas.

      Onde hoteis eram baratos, ficávamos neles com mais frequências. Já onde hoteis são impagáveis (Alguns lugares da Argentina, Chile e Brasil) ficamos em hoteis raríssimas vezes.

      Espero ter respondido sua pergunta,
      Qualquer coisa é só perguntar,
      Abraços
      André Costa
      http://www.pedarilhos.com.br

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