No meio da Argentina, as planícies sem fim…

Entramos nas planícies Argentinas. Confira o relato desta etapa de nossa viagem passando pela província de Entre Rios.

Partimos de Los Conquistadores na madrugada para fugir do vento contra que começava lá pelas 10h da manhã. Pedalamos 2h em total escuridão em um pavimento concretado com muitas fissuras e buracos, o que deixou uma pedalada que seria tranquila, um sofrimento. Conseguimos fugir do vento, mas nossa velocidade não foi muito superior por conta das condições da pista. A cada hora, era preciso uma pausa pala alongar e relaxar a tensão dos músculos e nervos.

No meio da Argentina, as planícies sem fim...

Chegamos em Federal, cidade um pouco maior das que vínhamos encontrando até então. Conseguimos pouso no camping municipal sem custo nenhum. Um parque lindo onde o pessoal aproveita a hora da ciesta para praticar exercícios e tomar mate ao ar livre. Pegamos uns dias frios e o banho lá foi gelado. Ficamos mais um dia para resolver a questão do chip para o celular e fazer umas gororobinhas pros próximos dias de pedal. Tentamos fazer um pão de panela, mas não ficou aquela delícia. Mesmo assim a fome nos fez devorá-lo no mesmo dia.

No meio da Argentina, as planícies sem fim...

Quando o vento mudou estávamos saindo de Federal, ele nos empurrou e fomos parar no povoado de Sauce de Luna, onde só nos permitiram acampar no pátio do Ginásio depois da conferência da Polícia em nossa documentação e da visita do Secretário de Esportes da Municipalidad. Ok, mas não pudemos descansar ainda depois de tudo isso. Os meninos do futebol, uma criançada de cerca de 11 anos, ficaram até não aguentar mais de frio e nos encheram  de perguntas, esperando pra ver nossa carpa. Tivemos que despistá-los. Conseguimos armar a barraca só depois de todos irem embora. No dia seguinte esperávamos que o vento a favor continuasse, então pulamos cedo e ao clarear do dia estávamos na estrada.

No meio da Argentina, as planícies sem fim...

No final do dia, após quase 100km percorridos com vento lateral e por vezes contra, fomos parar no simpático e bem organizado povoado de Cerrito. Lá a colonização é eslava e toda a cidade é bonita. Há muita gente andando de bicicleta, todas as gerações. No pátio da escola um mar de bicicletinhas infantis coloriam a grama. Na praça central, biblioteca pública e centro cultural, parque infantil e um gramado arborizado. Conseguimos autorização da polícia para pernoitar no parque poliesportivo da cidade. Até tarde da noite vimos o pessoal praticando esportes, róquei, futebol e uns senhorzinhos idosos praticando bocha, muitas crianças fazendo manobras com bicicletas na pista, basquetebol e alguns corriam. Neste povoado tivemos a sensação de encontrar mais verdurerias e fruterias do que carnicerias, algo inédito pra nós na Argentina!

No meio da Argentina, as planícies sem fim...

De Cerrito esperávamos chegar em Paraná. Mas um Parque Nacional nos interceptou pelo caminho e nos cativou. Decidimos passar o final de semana por ali. Muitos passarinhos diferentes, trilhas de caminhada em meio ao bosque, uma praia na beira do arroio.

No meio da Argentina, as planícies sem fim...

No Parque Nacional San Martin está o Parque Rural Enrique Berduc, que surgiu de uma herança para os estudantes da província de Entre Rios, doou seu terreno com a finalidade que se criasse um Parque Nacional.  Descansamos tranquilos a maior parte do tempo e pagamos apenas $3 pesos cada um por pernoite,  mas nem tudo é perfeito e no domingo o camping bomba com uma galera fazendo assado e ouvindo cumbria.

No meio da Argentina, as planícies sem fim...

No parque aproveitamos para cozinhar guloseimas, pois estávamos a vários dias só comendo arroz com lentilha, macarrão ou polenta. Utilizamos a estrutura que os argentinos usam para fazer o assado e juntamos uns tijolos que estavam espalhados para fazer um forno à lenha. A idéia era fazer uns pães integrais para os próximos dias de pedal. Mas bateu aquela vontade de pizza. Aí o André tirou todo peso da bici e retornou até o povoado anterior para comprar provisões. Gastamos nossas últimas gramas de Mandiokejo em 3 pizzas de forno à lenha, com direito a borda recheada e tudo mais. A galera que estava só no churrasquinho ficava espichando o pescoço pras nossas pizzas.

No meio da Argentina, as planícies sem fim...

No povoado de Cerrito e no Parque de Paraná conseguimos sinal de internet 3G, e foi possível ligar pra casa pelo Skype e falar sem pressa com a família. Que delícia!

Para mais fotos desta etapa da viagem clique aqui.

4 comentários

  1. adorei as fotos e está cada vez mais delicioso acompanhar esse casal nesta viagem…parabens e fiquem com deus

  2. Irmã estou na ilha vim para passar um tempo maior e procurei por ti na internet e descobri que vcs estão realizando o sonho que tinham.
    hu hU hU q Beleza!!!!!!é estar na natureza.
    Um grande abraço
    Em união fraterna
    amor e luz
    Ana ( sabe qual néh?!) rsrs

    • Oi Ana, que saudade! A natureza é uma beleza! Pois é, da outra vez que você veio tentei comunicação mas nos desencontramos. Como está o Manú? Deve estar grande e sapeca.E você como tá a vida? Um abraço forte amiga, e nos vemos qualquer dia destes. Ainda bem que tem a internet pra nos mantermos em contato e saber notícias! Beijossss

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