Parque Nacional Los Alerces

Relato de nossa passada pelo Parque Nacional Los Alerces, seus lagos maravilhosos, belas árvores e inúmero campings livres, que é o que a gente adora!

Relato da nossa travessia desde El Bolson até o Parque Nacional Los Alerces de bike.


Parque Nacional Los Alerces

Não conseguimos chegar até El Bolson, paramos acampar numa pontezinha, quando o dono da propriedade em frente nos convidou a ficar no seu terreno, na beira de um dos dois riozinhos maravilhosos, nós até poderíamos escolher, tudo sem pagar nada por isso.

El Bolson de bike

O senhor era muito gente fina, e a mulher dele fazia pães caseiros e doces, e pão SEM banha bovina, azeite vegetal, eba! Nossa comida estava mesmo racionada. Nham!  Os cãezinhos do lugar eram tão engraçados, pulavam mergulhar naquela água congelante dos riozinhos, e depois iam se esfregar as costas nas bostas de vaca. Banho ao contrário! O lugar se chama Los Repollos.

Parque Nacional Los Alerces

Chegamos em El Bolson ainda de manhã e começamos a peregrinação aos supermercados. Ficamos sabendo de uma feira de artesanato que é muito famosa e iria acontecer no dia seguinte. Ficamo num camping esperando para visitar a feira no outro dia.

No camping os gatos e cães não deram descanso. O gato preto tentou comer nosso pão dentro da sacola de pano! Realmente ficar em camping em cidade não é nada agradável. De manhã, como já era esperado, xixi na barraca. E ainda tivemos que pagar pra ficar nesse lugar.

Bom, no dia seguinte a feira de artesanatos era realmente muito boa e de grande qualidade, ficamos felizes por ter superado o gato faminto e o cão mijão. Todo tipo de artesanato, pinturas, escultura, mosaico, roupas, doces de frutas regionais a excelentes preços e cerejas orgânicas frescas!

Tivemos que provar, nunca havíamos comido.  Em El Bolson nos disseram que plantam muitos orgânicos, esperávamos encontrar vegetais ou frutas orgânicas na feira, mas só havia uma senhora vendendo as tais cerejas. Uma pena!

Parque Nacional Los Alerces

Já tarde saímos de El Bolson e custou a encontrar algum lugar para acampar. Nas informações turísticas só nos disseram que é proibido acampar onde não é camping pago, e que não haviam campings no caminho, muito menos livres.

Ok, chegamos a Epuyen muito cansados e recém haviam fechado a Infos.Turísticas. Perguntei pra mocinha do trailer de lanches e ela ofereceu o gramado da casa dela, só era preciso esperar o pai dela pra pegar autorização definitiva, “Un ratito está devuelta”, pois o camping do lugar está a 8km descendo e fora de nossa rota.

Ok, esperamos o seu Oscar, ele ofereceu uma casa pra ficarmos. Perguntamos o preço e ele disse que isso era com papai do céu, que já pagou adiantado. Que benção pessoas assim pelo caminho! Nos deram teto, abrigo e ainda banho quente, uma família muito querida, não nos esqueceremos do carinho e da atitude!

Parque Nacional Los Alerces

No dia seguinte cedinho estávamos na estrada de novo. Passaram por nós ciclistas aparentemente treinando, sem bagagem. Mas depois passaram dois motor-homes vermelhos gigantes, cheios de bikes no teto. What’a fuck?! The Andes Trail. Três caras de bike e uns 10 nos motor-homes. Ok, cada um com seu estilo de viagem.

Parque Nacional Los Alerces

Parque Nacional Los Alerces de bike

Em Cholila compramos alguma comida para fazer o Parque Nacional Los Alerces de bike.

não nos disseram que haviam campings libres no parque, paramos antes do parque pra acampar, na beira da estrada e escondidos da pista, porque aparentemente é proibido acampar fora dos lugares estabelecidos.

Ok! Dia de não fazer barulho nem estender varal.

Parque Nacional Los Alerces

Na manhã seguinte andamos 3km e entramos no parque, primeiro camping, livre! Num lugar extraordinário à beira de um lago lindo, o Lago Rivadavia. Modafócas dessas desinformações turísticas! Não sabem nem dizer onde tem camping e onde não tem…

Afe, que pena. Pra não ficarmos tão tristes, ficamos umas horinhas por ali gastando tempo.

Pelas placas do parque, haviam mais uns 5 ou 6 campings livres além deste. Como ainda era novembro, ainda não era preciso pagar para entrar, pois somos estrangeiros. Belê!

Parque Nacional Los Alerces

Ainda bem que o próximo camping livre era num lugar bem bacaninha, mas já havia uma certa quantidade de gente por ali. Procuramos um lugarzinho calminho com vista pro lago Futalaufquen.

A estrada pelo parque é toda de rípio, mas poucos trechos ruins, mais no início. No terceiro camping livre apenas paramos cozinhar um almoço no dia seguinte, paramos dormir no ultimo camping livre, Roca Negra. Mas antes tivéssemos parado em outro lugar.

O lugar é muito frequentado pelos moradores locais, que deixam muita sujeira, também demos azar de ser domingo, dia dos assados e da folga do mundo todo.

Tava lotado. Tivemos que esperar esvaziar um pouco pra encontrar um lugarzinho protegido do vento pra armar a barraca. Enquanto isso ficamos lendo e lanchando sentados na grama.

Parque Nacional Los Alerces

 Até que uma galerinha chegou pra jogar futebol bem ali. Umas boladas aqui outras ali, nos expulsaram finalmente, nossa paciência chegou ao fim.

Ok, vamos pro vento, cozinhamos alguma coisa nas mesinhas até eles cansaram de jogar. Começamos a comer e a festa da vomitança começou. Os moleques que jogavam futebol começaram a vomitar coletivamente, bem ali na nossa frente, enquanto comíamos nossa polenta.

A mãe de um deles chegou a brilhante conclusão de que foi muita “gaseosa”. Claro, dão esses lixos  de refrigerante pras crianças beber, junto com churrasco e linguiça e sabe mais que porcaria.

Depois os outros ainda tem que assistir a peça bem na hora do jantar, como se não bastasse terem tirado a gente do cantinho protegido do vento.

Parque Nacional Los Alerces

Depois de estarem todos verdes, finalmente foram embora e pudemos armar nossa casinha com todo o sossego e conforto que uma graminha fofa pode proporcionar. Acalmamos os nervos e dormimos bem depois de assistir um filminho.

Parque Nacional Los Alerces

Na manhã seguinte saímos do parque e fomos em direção à Trevelin. Lá compramos comida e seguimos, rumo ao Chile para entrar por Futaleufu e iniciar então a famosa Carreteira Austral.

Os 30km depois de Trevelin até a fronteira foram de estradas horríveis do tipo chacoalha esqueleto. Não haviam grandes subidas e descidas, mas o pedregal tirava a paciência. Não encontrávamos um lugar animador pra acampar, estávamos quase na fronteira.

Até que passando a ponte do Rio Grande, encontramos um resquício de Parque Los Alerces ainda, um camping livre vaziozinho bem nas margens do rio. Maravilha! Era tudo que a gente queria. Como se a estrada ruim pedisse perdão aos ciclistas com este presentinho no final do dia.

Parque Nacional Los Alerces

Parque Nacional Los Alerces

Mais fotos da viagem, e do Parque Nacional Los Alerces de bike confira o álbum do Facebook.

Um comentário

  1. O Picaw, eh o diogo, parabens pela viagem, as fotos estão otimas e sua barba tah cada dia pior!! Só pra saber, qdo que vai acabar essa viagem.. já já vc vão ver os pinguins!! Manda 1 abraço pra sua esposa.. firma o pedal ae e boa sorte!!!!

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