É conhecida a fragilidade da corrente de uma bike, ainda mais nas bikes com 27, 30 ou + marchas. Por isso, após sabermos que era possível fazer o revezamento de correntes da bike, percebemos que fazia todo o sentido para aumentar a durabilidade não só da corrente mas também de toda a relação da bicicleta.

revezamento de corrente

Vimos correntes 27 (9v) se romperem com menos de 5mil km pedalados, por conta disso, após inúmeros problemas nesta bike toda a relação foi trocada.

Isso só ocorreu por que as pessoas que utilizavam esta bike não faziam o revezamento de correntes.

Como funciona esse revezamento?

Relação da Bicicleta do André

É simples, quando trocar a relação de sua bike, compre 2 correntes ao invés de 1. Numere mentalmente cada corrente como corrente 1 e corrente 2.

Comece a pedalar com a corrente 1, quando o odômetro de sua bike estiver em 2.000km mais ou menos, troque pela corrente 2.

Aí pedale mais 2.000km e coloque a corrente 1 novamente, mais 2mil km e corrente 2 mais 2mil e corrente 1, e assim por diante….

Por que fazer o revezamento de correntes?

Primeiro motivo

Isso você já sabe, vai aumentar a vida útil de sua relação, por que você terá 2 correntes para desgastar, ao invés de 1.

Se sua bike tem um pedivela com 3 pratos na frente, e um k7 com inúmeros pratos atrás, por que ter apenas 1 corrente para desgastar tudo isso?

Segundo motivo

Vamos supor que uma de suas correntes se rompa após 15mil km pedalados.

Se você não faz o revezamento de correntes a única opção que vai ter é trocar toda a relação da sua bike!

Pois ao tentar colocar apenas uma corrente nova, ela não vai se adaptar a um pedivela e k7 velhos, causando “pulos” na corrente ao pedalar e/ou causando o problema conhecido como “chain suck”.

Detalhe do K7 da bicicleta do André

Outra suposição seria de você fazer o revezamento de correntes corretamente, e sua corrente se rompe nos 15mil km. Sem problemas!

Você coloca a corrente reserva que terá o mesmo desgaste da corrente quebrada, assim seu pedivela e k7 vão se casar perfeitamente com sua corrente reserva.

Terceiro motivo

Agora digamos que sua corrente se rompa algumas vezes, enquanto você está pedalando por um lugar remoto.

Novamente, se você não faz revezamento de correntes, você estará em apuros.

Se você faz o revezamento de correntes, poderá trocar a corrente danificada pela corrente reserva em instantes e seguir pedalando feliz da vida…

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Pudemos testar e conhecer outras técnicas de revezamento de correntes. Conhecemos um casal de alemães que revezavam 3 correntes para cada bicicleta.

Já nós, após revezarmos correntes da maneira tradicional, passamos a revezar apenas 1 corrente extra para nossas 2 bikes para economizar peso, já que cada corrente pesa cerca de 300g.

Esse querido casal também nos ensinou uma técnica interessante,  tirar os 4 parafusos do pedivela e girar as coroas em 90°, isso tem uma boa explicação:

Normalmente fazemos mais força em algumas posições específicas da pedalada, e isso influência o desgaste irregular das coroas (a não ser que você use clipe e faça uma pedalada totalmente perfeita 360°).

Power link

O revezamento de correntes é recomendado para todo tipo de uso da bicicleta, para viagens, pedais de final de semana, commuting, etc…

Fazendo isso você vai salvar um precioso dim dim trocando menos a relação de sua bike, como também ajudar o meio ambiente, não jogando fora peças boas prematuramente.

Assim conseguimos rodar mais de 24mil km com nossas bikes sem trocar a relação, e sem romper correntes…

Algo fundamental para fazer as trocas com mais praticidade é utilizar “elos mágicos” de corrente, conhecidos como powerLink.

Veja abaixo mais algumas fotos de nossas coroas, K7 e correntes, após os 24.000km rodados com elas, carregando peso, passando por estradas poeirentas, lama e muita chuva.

Nenhuma corrente rompida, nem uma vez as bicicletas foram para as mãos de algum mecânico que não o André.

Confessamos que não esperávamos que as peças da bicicleta fossem durar tanto!

Além do revezamento de correntes nós adotamos outros procedimentos a fim de aumentar a vida útil deste equipamento tão fundamental para uma feliz viagem.

Atualização engraçada e real sobre a relação das nossas bikes:  Antes de uma viagem que fizemos de 2 meses pela Argentina (você pode ouvir o podcast sobre essa viagem aqui) nós resolvemos trocar a relação da bike pra ir com ela zerada na viagem.

O mecânico da bicicletaria perguntou se queríamos vender as nossas relações usadas pra ele, já que estavam “perfeitas”. Estória totalmente verídica! 🙂

16 comentários

  1. Maravilha de Post Ana e André !!!! Preciosidade !!!!!!
    Parabéns pela grande viagem !!!!

    Continuo seguindo os passos de vcs !!

    Bjs e abracços e boas pedaladas !!!!!

  2. Nossa que ótimo post.
    Não vejo a hora de ver os outros…Vou anotar e fazer tudinho pra minha viagem.
    Ano que vem saio em uma viagem de um ano, também pela América e as dicas estão sendo preciosíssima! !!
    Obrigada por compartilhar tanta coisa boa!!!!

  3. Ana e André, parabéns pelo blog e cicloviagens! É muito bacana o capricho de vocês com cada texto, foto e informações. Continuem inspirando as pessoas!

  4. Fala André!
    O power link q vcs usam é o KMC (pela foto parece que sim)?
    To me preparando pra pedalar por mais de 20.000 kms até o México, iniciando em janeiro de 2016, e vou usar esse esquema de revezamento que vcs e o Olinto mencionam.
    Fiquei na dúvida se eu tirasse e colocasse os pinos regularmente (a cada 2 mil km) isso enfraqueceria a corrente e poderia rompê-la. Falei com um mecânico agora e ele me confirmou isso. Dessa forma estou considerando comprar 2 powerlink KMC pra instalar um em cada corrente, e assim evitar o desgaste dos pinos.

    • Fala Luis,
      valeu o comentário.

      Isso mesmo, essa corrente é KMC e ela veio com o powerlink incluso.

      O ideal é um powerlink pra cada corrente mesmo. E também confirmo o lance de tirar o pino, não é legal fazer isso com frequência, além de dar bastante trabalho.

      Abraçoss

      • entao minha corrente é shimano ug-51… por isso fiquei meio apreensivo em colocar esse elo KMC.
        Mas como nao tem powerlink da shimano, acho q esse da KMC nao vai fazer mal à bike.
        Obrigado por todo suporte e atenção! Abraçao.

  5. Olá, Pedarilhos. Tudo bem? Queria dizer que o trabalho de vcs é fantástico. Tantas informações valiosas por aqui. Sobre esse assunto do revezamento de correntes, uma coisa que me surpreendeu foi o quanto durou a relação de vcs: 24 mil kms. A durou da minha minha relação nem chegou perto disso.
    Eu coloquei uma relação nova da Shimano Acera e andei 1500 km. Algumas marchas vinham dando uma “tremida”, então passei a evitá-las. Agora coloquei uma corrente nova e as duas roldanas que mais uso estão pulando. Ou seja, o K7 já se desgastou feio com 1.500 km rodados. Agora terei de trocá-lo ou me adaptar a usar outras marchas. Aí leio aqui que vcs andaram 24 mil kms e fico sem entender nada, hahaha. Será que vcs poderiam falar da tocada de vcs? A forma como vcs pedalam, mudam as marchas, se procuram usar todas as marchas para desgastar de maneira proporcional? Acredito que o fato de vcs andarem pesado (e mais devagar) também contribui para um menor desgaste.

    • Faala Fernando, muito obrigado pelo seu comentário.

      Sim, procuramos usar as marchas por igual. E tentamos ao máximo evitar usar a coroa do meio, já que essa pra nós é a que naturalmente usamos mais.

      No seu caso, qual coroa desgastou? Você tem costume de variar bem as coroas?

      O que você pode fazer em relação a coroa (se seu pedivela tiver esses parafusos para remover coroas) é dar um giro de 90graus nelas, já que o desgaste das coroas costuma ser desigual, já que a maior parte da força é feita quando você empurra o pedal pra baixo. Deu pra entender essa idéia? Claro que se você pedala com sapatilha e faz uma pedalada “redonda”, o desgaste tende a ser mais igual.

      E sim, temos uma pedalada bem pouco agressiva, sem muito torque. Eu procuro andar com as marchas bem leves. E se a coisa aperta acabo empurrando. 🙂

      Abraçoss, e vamos nos falando.

      • Muito obrigado pela sua resposta, André!

        Então, as coroas estão boas. O problema foi no K7. Das 8 roldanas (8v), as que mais se desgastaram foram a 3ª e 4ª mais pesadas (as que mais uso).

        A coroa que mais uso é exatamente a do meio. Depois a coroa menor (qualquer subidinha já uso pra não forçar muito, mas pego poucas subidas). A coroa maior raramente uso, porque vacilei e comprei aquela maior de mais dentes, que fica bem pesadona. Bom, já dá notar que eu realmente não fico alternando muito as marchas 🙁

        Pelo o que vi, meu pedivela não tem parafusos. É tudo junto 🙁

        Bom, você poderia dizer algumas combinações de marchas que você faria (Coroas x K7) num dia de viagem de 50km a 70km, no plano? Eu sei que é impossível 50 km só no plano, mas seria uma ótima referência para ter uma noção das mudanças que vc faz durante o dia.

        Muito obrigado mais uma vez por ter respondido minhas dúvidas, André. Abração!

          • Muito legal, André.
            Acho que o segredo dos 24 mil kms tá nessa sua manha de extrapolar na coroa grande, porque não fica tão pesado e sai um pouco da parte central da relação. Mas claro que o mérito também está em vc, na sua tocada. Afinal, 24 mil kms não é pra qualquer um!

            Bom, acredito que não tenho pedalado tão mal. Sigo mais ou menos esse regra aí também, de manter a corrente sempre reta e nunca cruzá-la. O problema é que tenho treinado muito e sempre nos lugares que estou acostumado, sem atentar para essa variação de marchas. Acho que estou precisando sair logo de viagem para pegar terrenos diferentes e não abusar sempre das mesmas marchas!

            Bom, é uma pena já ter de comprar uma relação nova, mas é o jeito… pretendo sair de viagem em Janeiro.

            Muito obrigado pelas dicas, André. Fazendo isso e seguindo todas as dicas que vcs dão aqui no site, com certeza vai me ajudar muito a preservar a relação da minha bike.

            Um grande abraço!

          • Mais uma coisa, André. Vc acha que vale a pena comprar aquele K7 Shimano MegaRange, aquele que a 1ª coroa é mais leve?

  6. Olá, excelente post.
    Apenas gostaria de fazer a seguinte ressalva: revezar as correntes a cada 700-800km’s, isso permite que coroa e principalmente o cassete tenham um desgaste que ocasione problemas “de acasalamento”.
    Já consegui rodar quase 8k km’s (grupo Tiagra 4700) com um cassete e 2 correntes, e sempre usando cera (óleo jamais).

  7. Olá , fiz usando 4 correntes sempre medindo o desgate com aquela chavinha
    Mais agora que precisei voltar pra primeira corrente ela está pulando todos os
    cogs , já tentei todas e continua pulando tudo , e agora que vi a postagem aqui
    Vou fazer igual aprendi aqui , rodo tipo 800 km troco a corrente e depois fico
    nisso, mais com apenas 2 correntes nada de medir e ficar gastando dinheiro
    porque não funcionou mesmo . Estou com 10 mil km e vou ter que trocar o
    k7. Minha speed caloi strada tem 8 velocidades.

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